O regresso da chuva

Finalmente ao fim de vários meses sem chover ela voltou e pelos vistos vai-se demorar algum tempo. Pessoalmente não sentia lá muito a falta dela porque além de não gostar da água, preciso de ver o sol a brilhar no céu para estar de bem com a vida. E como tive doses extra de nuvens e de noites que começavam às 4h, 5h da tarde, a ano passado, estava muito agradecida a São Pedro por me compensar.
Mas confesso que não sou insensível às necessidades dos agricultores e à saúde do nosso meio ambiente - já estava a imaginar uma visão infernal do próximo verão se não chovesse durante um ano inteiro... Por outro lado o que mais me preocupa é que se este é um dos resultados do efeito de estufa, nem quero pensar como vai ser daqui para a frente. Eles estão aí e o protocolo de Quioto ainda tem de dar resultados (e bons); os Estados Unidos ainda têm de ganhar consciência ambiental e desviar dinheiro destinado às guerras que financiam para controlarem as emissões de gases; o mundo tem primeiro de ver a dimensão do "estrago" que nós seres humanos estamos a fazer no ambiente desde a Revolução Industrial e depois propor-se a contribuir na luta por um ambiente mais saudável do qual possamos usufruir durante muitos mais anos sem termos de procurar planetas alternativos a fim de evitar a extinção da nossa espécie.

Um último pensamento: Mas porque é que a chuva voltou dois dias depois das eleições? Será que a primeira medida do Sócrates não teve nada a ver com estradas mas foi uma negociação com São Pedro para o seu mandato ser abençoado desde o início e começar o processo de lavagem da imagem de um Portugal de tanga? Ou estas gotas que caem do céu são as lágrimas de um Santano destroçado e derrotado que já não sabe o que fazer da sua vida agora que viu que PM não deu e PR nem pensar?